São José do Norte, a travessia…
Saímos bem cedinho de Mostardas rumo a São José do Norte onde iríamos pegar uma balsa para atravessar a Lagoa dos Patos e chegar a Rio Grande.
Ao chegar a São José do Norte, não conseguimos pegar a balsa das 10hs e por isso tivemos que esperar por 2 horas para pegar a balsa das 12h. Então, aproveitamos o tempinho de espera para conhecer um pouco mais sobre São José do Norte.
Estacionamos a Mary Jane na fila para a balsa, tomamos um café em uma lanchonete e logo depois saímos pelas ruas da cidade para andar um pouco. Passamos boa parte do nosso tempo, sentados dentro de um carro e já estávamos sentindo falta de caminhar.
Ao caminhar pela cidade, parei em frente a uma linda igreja para fotografar e enquanto a Júlia se preparava para fotografar passou em nossa frente um senhor pedalando a sua velha bicicleta e pedindo desculpas por atrapalhar a foto. Mas eu respondi sorrindo que ele não atrapalhava e o convidei para tirar uma foto comigo.
Foi aí que começou uma nova amizade, Júlio (o pintor) é um simpático morador de São José do Norte que curioso, queria saber o que nos levava até a pequena São José do Norte. Eu disse a ele que estávamos só de passagem, pois estávamos viajando em um carro antigo desde Brasília até o Uruguai e resolvemos passear pela cidade enquanto esperava o horário de carregamento da balsa.
Ele, muito entusiasmado com a notícia, disse que iria só colocar o feijão para cozinhar e iria até a fila da balsa ver o nosso carro.
Não demorou muito e Júlio chegou até o nosso carro trazendo a filha e um amigo. Conversa vai, conversa vem, ficamos conhecendo uma das pessoas mais simpáticas de toda a viagem, o Senhor Otávio (o gigante).
Senhor Otávio é um morador antigo da cidade, tem 84 anos e é popularmente conhecido como “O Gigante”, mesmo tendo apenas 1,50m de altura. O apelido de “gigante”, segundo ele, surgiu quando ele ainda “era moço” e mesmo que com baixa estatura enfrentava tudo e todos.
O tempo de espera da balsa passou voando e eu e Júlia estávamos nos divertindo com aquela prosa boa. Mas deu a hora para embarcar e precisávamos deixar a cidade do Sr. Otávio e do Júlio para trás e seguir em frente. Saí com o coração apertado, doidos para ficar e conversar mais com estas duas pessoas maravilhosas, mas precisávamos partir.
Liberado o embarque lá fomos nós, caminhões, carros, motos, carroças e inclusive um cavalo. É surpreendente, mas até cavalos são transportados na balsa e com todos embarcados, não demorou 30 minutos, já estávamos desembarcando em Rio Grande.
- Julio (o pintor), sempre em alto astral
- “O Gigante”, um grande aprendizado
- Embarcando na balsa
- Júlia, passeando de balsa
- Costurando as bandeiras
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